História da Esquadrilha da Fumaça
14 de Maio de 1952. Durante o táxi, ouvia-se o inconfundível roncar dos motores do T-6. Após um intenso treinamento, nos intervalos de almoço e nas folgas da instrução de vôo de um seleto grupo de instrutores, o Comandante da Escola de Aeronáutica, decidiu apresentá-los publicamente, quando da realização de uma cerimônia cívico-militar que seria assistida por uma numerosa delegação de Oficiais estrangeiros. Acontecia então, naquela data, o primeiro vôo, era o nascimento da Esquadrilha da Fumaça.
Os Tenentes Domenech, Fraga, Collomer e Martins, com o objetivo de incentivar os Cadetes decolavam e executavam um sem número de manobras de precisão. No início, faziam Loopings e Tounneaux com duas aeronaves mais tarde, passaram a voar com três aeronaves e finalmente com quatro. Entre alunos e obrigações administrativas, os jovens pilotos conseguiam arrumar tempo para decolar com quatro aviões e praticar as primeiras manobras em conjunto. Decolavam na hora do almoço ou entre as aulas, e voavam em direção a Jacarepaguá ou Nova Iguaçú, onde eram realizados os treinos em segredo.
Naquela época, quem comandava a divisão de instrução era o Tenente-Coronel Délio Jardim de Mattos, um fanático por acrobacias aéreas, que não só autorizou as manobras como disse que queria vê-las: Pegou um avião e seguiu atrás. Entusiasmado.
Entre uma demonstração e outra, viu-se a necessidade de proporcionar ao público assistente uma melhor noção das manobras executadas. Foi então que em 1953, após uma série de experiências, colocou-se o tanque de óleo, exclusivo para a produção da fumaça, no compartimento de bagagem do T-6:
Decolaram e escreveram FAB em letras enormes sobre a praia de Copacabana. Desenhava no céu aquelas manobras precisas, criando o nome que mais tarde, os Cadetes e o público, carinhosamente dariam àquele grupo,'Esquadrilha da Fumaça'".
Mas por volta de 1976, o Ministério da Aeronáutica resolvera abandonar o velho T-6, avião que deu início ao sonho da Esquadrilha. A partir daquela data, a Fumaça também deixaria de existir.
Em 8 de Dezembro de 1983, com a chegada do EMB-312 Tucano da Embraer, renascia, para alegria de todos, o agora intitulado "Esquadrão de Demonstração Aérea" que, gentilmente, o público não deixaria de chamar de Esquadrilha da Fumaça.
Com o reconhecimento nacional e internacional, concretizou-se como instrumento de Relações Públicas da FAB, atingindo um lugar de destaque nos principais meios de comunicação. É o que se pode notar nesse trecho, extraído de uma reportagem da revista Alemã AEROKURIER de Abril de 1985: "Se houvesse um festival de times acrobáticos internacionais, a Esquadrilha da Fumaça estaria provavelmente muito cotada para um primeiríssimo lugar”. Com seus treinadores EMB-Tucano vermelhos, a Esquadrilha da Fumaça consegue, magicamente, combinar elegância com preenchimento de espaço. Se depender da criatividade, precisão edomínio individual da aeronave, a Esquadrilha da Fumaça não precisa temer a comparação com nenhuma outra Esquadrilha do mundo".
Esse é o estímulo que move os passos desse Esquadrão, divulgando a FAB pelo Brasil e pelo Mundo, demonstrando a elevada capacidade técnica dos nossos pilotos e mecânicos, dando continuação ao velho espírito de arrojo e determinação que nos idos de 52 foi criado pelos pilotos da Esquadrilha da Fumaça.
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