Com bonecos gigantes,
verdes, vermelhos, azuis, transparentes, aparecendo por cima do muro,
sons de máquinas trabalhando, rádio ligado e um animado
converseiro, a Delegacia de Polícia de Mandaguari (a 39 quilômetros
de Maringá) pode dar a quem passa pela rua a impressão de que ali
funciona um barracão de escola de samba ou algum tipo de empresa
onde as pessoas trabalham contentes. Nem de longe lembra outras
cadeias, onde pessoas que cometeram crimes vivem amontoadas em celas
superlotadas.
Na cadeia em que os presos só usam as celas para dormir é normal durante o dia ver grupos de estudantes levados por professores circulando pelo pátio e pessoas, inclusive empresários e autoridades, batendo animados papos com os presos.
Os estudantes vão para
conhecer o trabalho artístico realizado pelos presos e saem de lá
com lições de ecologia. Os empresários e autoridades vão discutir
parcerias para a continuação do trabalho “em que são
beneficiados tanto os detentos, quanto a comunidade”, como diz o
delegado Zoroastro Nery do Prado Filho.
Clima positivo. Com mais de 20 anos de experiência em cerca de dez delegacias, o agente Cláudio Vicente de Farias diz que não conhece outras cadeias onde o clima entre os presos seja tão positivo. “O trabalho dá a eles um objetivo, e assim a convivência, ao invés de ser um aprendizado do crime, como ocorre em outras cadeias, torna-se uma união de forças”.
Texto: Luiz de Carvalho/O Diário do Norte do Paraná
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